Segundo cientistas, civilizações extraterrestes com tecnologia avançada residem em planetas com atmosfera rica em oxigênio

Que o oxigênio é um elemento essencial para a vida na Terra ninguém duvida: é um componente crucial da atmosfera, permitindo a respiração aeróbica e fornecendo energia para a maioria dos organismos vivos. Contudo, para os astrofísicos Amedeo Balbi e Adam Frank, o oxigênio pode ser um elemento ainda mais valioso: ele seria a chave que permite o surgimento de tecnologias avançadas pelo Universo.

 

Com pressa? Então aqui vai em poucas palavras:

  • Astrofísicos Amedeo Balbi e Adam Frank publicam um estudo propondo que a baixa quantidade de oxigênio em planetas seria um obstáculo ao desenvolvimento de civilizações tecnológicas.
  • O estudo recente destaca a relação direta entre o O2 e o surgimento de civilizações tecnológicas avançadas.
  • O oxigênio na atmosfera é considerado crucial não apenas para a respiração, mas também para o desenvolvimento do fogo, essencial para sociedades inteligentes.
  • A partir disso, os cientistas propõem o termo “gargalo do oxigênio”, que separaria os planetas com capacidade de abrigar seres tecnológicos daqueles que não podem pelo O2 presente na atmosfera desses planetas.
  • Assim, a busca por vida extraterrestre pode agora ser direcionada para exoplanetas com níveis adequados de oxigênio, níveis estes que seriam uma pista importante na busca por assinaturas tecnológicas.

 

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O oxigênio é mais importando do que imaginávamos

O silêncio cósmico que nos rodeia é ensurdecedor: a ciência ainda não encontrou nada de concreto sobre outras civilizações tecnológicas em outros planetas, mesmo havendo um número gigantesco deles apenas na nossa galáxia.

O grande filtro é uma das principais hipóteses que pode responder o motivo desse silêncio. Essa ideia sugere que ao longo do caminho da evolução, há algo que impede ou limita a vida inteligente de se tornar uma presença observável no Universo. Pode ser algo relacionado a eventos críticos, como os desafios tecnológicos que as civilizações podem enfrentar, o desenvolvimento de vida multicelular ou mesmo o próprio surgimento da vida.

Mas segundo os astrofísicos Amedeo Balbi e Adam Frank, um dos principais motivos que impedem o surgimento de civilizações tecnológicas complexas é a baixa quantidade de O2 na atmosfera de um planeta. Em um estudo inédito publicado na Nature Astronomy, os pesquisadores mostraram uma relação direta entre o oxigênio e o surgimento dessas civilizações. Eles ainda foram mais longe e afirmaram que em um planeta sem oxigênio, a vida inteligente pode até surgir, mas não será capaz de se desenvolver tecnologicamente.

 

Sem oxigênio, sem tecnologias

O estudo recente explorou o que seria a composição atmosférica de um planeta que abrigasse uma tecnologia avançada e, segundo os autores, esses requisitos atmosféricos podem ser altamente rigorosos.

O oxigênio na atmosfera atuaria muito além do metabolismo e a respiração dos seres vivos, ele também seria crucial para o surgimento e desenvolvimento do fogo, que é uma das bases de qualquer civilização.

Ainda segundo o que foi demonstrado, o fogo seria o combustível capaz de desenvolver qualquer sociedade inteligente, uma vez que a combustão tem sido usada por todos os povos para os mais diversos fins e é a força motriz por trás da industrialização, que consequentemente, alavancou o desenvolvimento tecnológico da humanidade como nunca visto antes na história.

Ao examinar o passado da Terra, os cientistas descobriram que o uso controlado do fogo e os avanços subsequentes na metalurgia só se tornaram possíveis quando os níveis de O2 na atmosfera atingiram ou ultrapassaram 18 por cento. Isso implica que somente planetas com quantidades substanciais de oxigênio teriam a capacidade de desenvolver sinais tecnológicos detectáveis (tecnoassinaturas).

 

O gargalo do oxigênio

Os pesquisadores cunharam então um termo que seria uma espécie de filtro que separa os planetas com capacidade de desenvolver civilizações tecnologicamente avançadas daqueles que não podem: o gargalo do oxigênio, onde os altos níveis de oxigênio na atmosfera são cruciais para qualquer planeta ter uma espécie tecnológica.

“Você pode fazer todo o resto funcionar, mas se não tiver oxigênio na atmosfera, não terá uma espécie tecnológica”, afirma Adam Frank. Com isso, a procura por seres extraterrestres inteligentes em planetas distantes pode agora tomar novos rumos.

Ilustrar a relação direta entre tecnologia e oxigênio.
A presença de uma grande concentração de oxigênio na atmosfera seria um requisito essencial para o surgimento de seres detentores de tecnologias avançadas. Crédito: Ilustração da Universidade de Rochester / Michael Osadciw

 

Implicações para a busca por vida extraterrestre

Através do que foi exposto no artigo, talvez agora a ciência tenha ganhado uma nova direção. Com tantos planetas candidatos para procurar por tecnologias avançadas, os cientistas podem agora direcionar essas buscas apenas para aqueles cujo nível de O2 na atmosfera esteja nos padrões adequados.

“A segmentação de planetas com altos níveis de oxigênio deve ser priorizada porque a presença ou ausência de altos níveis de oxigênio nas atmosferas dos exoplanetas pode ser uma pista importante para encontrar potenciais assinaturas tecnológicas”, diz Frank.

 

Fontes:

https://phys.org/news/2024-01-astrophysicists-explore-links-atmospheric-oxygen.html#google_vignette

https://www.nature.com/articles/s41550-023-02112-8

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